O-TRA-09 - Traumatismo crânio-encefálico. Análise do Protocolo Nacional para a abordagem dos TCE (1999-2016)
Serviço de Neurocirurgia, Centro Hospitalar do Porto .
Objectivos: Analisar o Protocolo Nacional para a abordagem dos TCE (1999) e avaliar a sua adequação à realidade do trauma e dos SU atuais (2016). Apresentar uma visão histórica sobre aquilo que foi o Centro de Traumatologia Crânio-Encefálica do Hospital Geral Santo António.
Material e métodos: Revisão da literatura publicada sobre TCE bem como a sua evolução ao longo dos últimos 50 anos, especialmente no então HGSA, agora CHP.
Resultados: Em 1968, 75% dos doentes admitidos na unidade de TCE do HGSA tinha < 40 anos, 62% no contexto de acidentes de viação, 80% sexo masculino, a patologia mais frequente eram as fraturas cranianas com afundamento e a mortalidade global situava-se nos 18%. No então HGSA, o aparelho de TAC entrou em funcionamento em 1982. Trinta anos depois, 1999, a taxa de mortalidade global dos doentes admitidos nas unidades de TCE do país situava-se entre 14,5-16,5% mas 70-80% dos doentes não dispunham de qualquer tipo de assistência pré-hospitalar. Hoje em dia a assistência pré-hospitalar é uma realidade omnipresente, os doentes internados são mais idosos e os hematomas subdurais crónicos a patologia cirúrgica mais frequente. Não dispomos de dados de mortalidade nas unidades de TCE dos hospitais portugueses.
Conclusões: Atendendo ao perfil dos TCE atual bem como das unidades de saúde assistenciais considera-se importante proceder a uma revisão do Protocolo Nacional para a abordagem dos TCE. Conclui-se ainda sobre a absoluta necessidade de preservar e honrar a memória das Instituições, particularmente daquelas que foram pioneiras na assistência a este tipo particular de doentes.