Objectivos: A corpectomia tóraco-lombar é reservada para doentes com elevado grau de instabilidade da coluna anterior. O presente trabalho pretende rever a experiência do nosso serviço com este procedimento, entre 2008 e 2016.

Material e métodos: Revisão retrospectiva dos processos clínicos.

Resultados: 16 doentes cumpriram os critérios de inclusão, com follow-up médio de 16 meses. A idade média dos doentes foi de 60,1 anos, 56% do sexo masculino. 7 doentes apresentavam patologia lombar (44%) e 9 dorsal (56%). 75% apresentavam patologia tumoral (8 doentes por doença metastática e 4 por doença hematológica) e 25% traumática. Todos apresentavam dor axial e 50% apresentavam défice neurológico. A via de abordagem escolhida foiexclusivamente posterior em 11 doentes (69%) e anterior em 5 doentes. Ocorreram complicações em 56% dos doentes, 4 cirúrgicas (2 lacerações durais, 1 nevralgia intercostal, 1 reintervenção por fractura em nível instrumentado) e 9 médicas (6 infecções,1 fibrilhação auricular, 1 trombo-embolismo pulmonar, 1 distúrbio hidro-electrolítico). O levante em média foi efectuado ao 9º dia (2-20) pós operatório e a alta ao 15º dia (5-28). Sem mortalidade aos 30 dias. A sobrevida média dos doentes com patologia metastática foi de 18.6 meses (2-72).

Conclusões: A corpectomia tóraco-lombar é tecnicamente exigente, com taxa de complicações elevada, mas com bons resultados no controlo sintomatológico e oncológico em doentes seleccionados.