O-TRA-01 - Perfil Epidemiológico dos Traumatizados Crânio-Encefálicos no Algarve
Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro.
Objectivos: Caraterizar as ocorrências de traumatismo crânio-encefálico (TCE) no Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro, averiguando a existência de associações entre as diferentes variáveis, nomeadamente severidade e mecanismo da lesão, mortalidade, intoxicação e discrasia hemorrágica endógena ou iatrogénica.
Material e métodos: Estudo observacional, quantitativo, analítico, transversal e retrospetivo de 311 casos de TCE, com os códigos CID-9 800-801, 803-804 e 850-854. Para o estudo foram selecionados indivíduos adultos (≥ 18 anos), com admissão nas primeiras 24 horas após a lesão, entre 2013 e 2014. A análise estatística descritiva e níveis de significância foram realizadas com o auxílio do software IBM SPSS®.
Resultados: Cerca de 54% dos indivíduos sofreram TCE ligeiro (7,8% sem lesões intracranianas), 16,1% moderado, 14,1% grave e 16,1% inespecífico. As quedas foram a principal causa de TCE em todas as idades, representando 59,5% do número total de casos. Os indivíduos com idade ≥ 62 anos apresentam maiores taxas de hospitalização e mortalidade devido a quedas. A intoxicação associou-se a maior severidade do TCE e ao mecanismo de lesão agressão. A lesão estrutural mais documentada foram os focos de contusão, no entanto registou-se uma maior associação com o agravamento neurológico, admissão na unidade de cuidados intensivos e óbito com o HSD agudo, edema cerebral difuso e presença de desvio da linha média.
Conclusões: As quedas, na população idosa, constituem um problema preocupante devido à sua elevada incidência e ás consequências que comportam. A existência de padrões de lesão associados ao mau prognóstico, podem auxiliar na decisão de admissão em unidades especializadas. Continua a existir necessidade em investir em campanhas de prevenção relacionadas com o abuso de substâncias.