Objectivos: O meningioma cordoide é um tumor raro, com uma prevalência inferior a 0,5% dos meningiomas. De acordo com a OMS, é classificado em grau II. Tem um comportamento agressivo e com elevado potencial de recidiva ou progressão. Pretende-se rever os casos operados.

Material e métodos: Foram revistos os processos clínicos de 6 doentes operados de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2015. Obtiveram-se dados relativos à idade, género, manifestações clinicas e tempo de evolução das mesmas, localização do tumor, tratamento adotado, extensão da ressecção, follow-up clinico e imagiológico com identificação de recidiva. Todos os casos foram diagnosticados por neuropatologia e imunohistoquimica.

Resultados: Quatro dos doentes eram do género feminino e a media de idade era 63 anos. Cinco apresentaram localização frontal e outro ao nível do angulo-ponto-cerebeloso (APC). Na avaliação por RMN com coeficiente de difusão aparente (CDA) verificou-se que o meningioma cordoide apresentava maior intensidade, que os restantes tipos de meningioma. Efetuaram-se ressecções Simpson I, II e IV nos 4 tumores da convexidade, inter-hemisférico e do APC, respetivamente. O tempo medio de follow-up foi de 21 meses sendo que se verificou recidiva no doente com lesão ao nível da fenda inter-hemisférica. Nenhum dos doentes foi submetido a terapêutica adjuvante.

Conclusões: A avaliação imagiológica com RM (CDA) no pré-operatório reforça a hipótese diagnóstica de meningioma cordoide. Atendendo ao elevado risco de recidiva, a remoção total (Simpson I) é fundamental para reduzir a taxa de recidiva/progressão. A terapêutica adjuvante deverá ser protelada caso não haja evidência de recidiva, atendendo aos efeitos adversos.